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Fronteira Planetária: o sistema que nos alimenta pode nos matar

Agronegócio - É conosco

O agronegócio é um dos principais motores da economia nacional, e também um dos grandes desafios ambientais do país. Em uma visão radical, é o grande problema do planeta e, se ele não se transformar radicalmente, comprometerá o mundo que sustenta sua produção.


Se não mudarmos de direção, vamos acabar onde estamos indo


É preciso questionar os fundamentos do modelo do agronegócio que nos trouxe até aqui e não nos contentarmos com pequenas concessões. Promover uma transformação estrutural, envolve também o papel do consumidor e a mudança de hábitos de consumo rumo a escolhas mais sustentáveis.


Estudos recentes apontam que estamos ultrapassando diversas fronteiras planetárias.

Fronteira planetária, é um conceito científico que define os limites dentro dos quais a humanidade pode operar para garantir que a Terra continue a ser um sistema seguro e habitável. Se por um lado, o agronegócio brasileiro impulsiona a economia e alimenta milhões de pessoas, seu modelo historicamente extrativista, trouxe impactos significativos aos biomas nacionais. O desmatamento para expansão de lavouras e pecuária, uso intensivo de fertilizantes e defensivos químicos e a degradação do solo, afeta ciclos hídricos, aumenta emissões de gases do efeito estufa e ameaça a segurança alimentar e climática do país, reforçando a urgência de uma transformação de padrão produtivo e de consumo.


Nossa sobrevivência está ligada à saúde do planeta


É possível transformar o agronegócio em um setor mais sustentável por meio de inovação e tecnologia? Algumas iniciativas indicam que sim. A adoção de práticas regenerativas, como sistemas agroflorestais, bioinsumos e agricultura de baixo carbono, pode reduzir impactos ambientais e aumentar a resiliência climática da produção.


A digitalização e a automação têm um papel crucial nessa transição. Sensores, drones e biotecnologia permitem um manejo mais preciso e eficiente, reduzindo desperdícios e otimizando a produção com menor impacto ambiental. O desenvolvimento de variedades adaptadas a condições climáticas extremas e o uso de biotecnologia para aumentar a produtividade sem expandir áreas cultivadas são soluções que podem tornar o setor mais responsável ambientalmente.


A transição para um agro sustentável ocorre de forma desigual


Enquanto algumas regiões avançam em práticas mais responsáveis, outras mantém o modelo predatório, priorizando o lucro de curto prazo, sem entender que não há futuro em um planeta devastado.


Alguns argumentos que tentam justificar um agronegócio predatório e pouco sustentável incluem:

  • "O desenvolvimento econômico justifica a degradação ambiental" – Falácia da falsa causa, sugerindo que é inevitável sacrificar o meio ambiente para alcançar o crescimento econômico, quando é possível combinar ambos de maneira sustentável.


  • "A produção de alimentos precisa ser intensiva e destrutiva para alimentar a população mundial" – Falácia do apelo à ignorância, assumindo que, sem práticas predatórias, a produção não seria suficiente, sem considerar alternativas mais sustentáveis.


  • "As tecnologias modernas vão resolver os problemas ambientais" – Falácia do apelo à esperança, acreditando que a inovação tecnológica irá resolver todos os impactos negativos, sem agir preventivamente ou reduzir práticas prejudiciais.


  • "O agro é o maior responsável por gerar empregos, logo deve ser priorizado" – Falácia do apelo à autoridade, usando a importância do setor para justificar práticas destrutivas sem considerar que existem formas de gerar empregos de maneira mais sustentável.


  • "Outros países fazem o mesmo, então está tudo bem" – Falácia do relativismo, que tenta justificar ações destrutivas baseando-se em comparações com o que outros fazem, sem avaliar os impactos específicos e os caminhos alternativos possíveis.


Esses argumentos muitas vezes desconsideram soluções sustentáveis que já existem ou poderiam ser implementadas para equilibrar produção e preservação ambiental.


O consumidor tem um papel fundamental


Como cidadãos temos o dever de agir com responsabilidade em nossas escolhas. Vivemos em um sistema alimentar que nos induz a substituição de alimentos frescos, ricos em nutrientes, por alternativas altamente processadas, que envolvem mais embalagens e menos valor nutricional, agravando o problema do desperdício e da exploração insustentável dos recursos naturais.


Precisamos de políticas públicas que incentivem a adoção de práticas sustentáveis, promovam a recuperação de áreas degradadas e estimulem cadeias produtivas que priorizem a conservação ambiental e o combate ao desmatamento ilegal e onde a regulação do uso de insumos químicos seja efetiva O crédito agrícola precisa assumir sua responsabilidade na criação de mecanismos financeiros para incentivar boas práticas e rastreabilidade em sua cadeia.


A transição para um agro sustentável passa pela educação


Para o agro ser mais sustentável, é essencial mudar a mentalidade de quem trabalha no campo, promovendo uma educação que valorize práticas mais conscientes e responsáveis.


Um bom exemplo é o Programa Educacional “Agronegócio na Escola”, que tem como foco a capacitação de professores de todo o Brasil, e tem conseguido disseminar o melhor entendimento sobre a realidade e a relevância do agro para a região de Ribeirão Preto e para o Brasil. Ele é um case de sucesso entre as iniciativas educacionais do agro brasileiro, pois além de ser o pioneiro, é o mais longevo e com números impressionantes.


Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto, a ABAG/RP que criou o programa, já capacitou 5.490 professores, e impactou positivamente 324.790 alunos, de 954 escolas, de 282 municípios, de 24 estados e do Distrito Federal.


A ABAG (nacional) foi criada em 1993 com o objetivo de estabelecer dentro do agronegócio brasileiro uma organização no processo de desenvolvimento sustentável, aproximando o setor, e todos os seus stakeholders, da economia nacional e internacional.


Em seu site, podemos ver que o Comitê de Sustentabilidade busca formular planos de ação visando à consolidação das práticas sustentáveis e criação de valor econômico, ambiental e social; sedimentar o conceito e a prática de sustentabilidade; mapear e propor a aplicação de indicadores de sustentabilidade; inserir o Agronegócio na agenda nacional e internacional de Mudanças Climáticas.


O Portal É conosco apoia e valoriza estas iniciativas, acreditando que o destino da humanidade é o destino da Terra e em 2020, nossos curadores produziram o documentário Campo & Sustentabilidade 2 - O amanhã é hoje que visitou em seis biomas brasileiros, produtores rurais, comunidades e ativistas que estão liderando o caminho em direção a um mundo mais verde, com alta produtividade e ecologicamente consciente.


Nos créditos iniciais e finais do filme, você encontrará a ficha técnica de produção completa.

 
The Climate Reality Project - É conosco

Conheça o The Climate Reality Project Brasil, a filial brasileira do The Climate Reality Project, organização global criada pelo ex-vice-presidente e Nobel da Paz, Al Gore em 2006, com uma rede de mais de 20 mil voluntários pelo mundo, sendo quase 4 mil localizados no Brasil.


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