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Loucura é querer resultados diferentes fazendo tudo igual: a urgência da ação climática

Urgência climática - É conosco

Imagem by Frepik

Estamos em uma trajetória de autodestruição ambiental, e mesmo assim, as respostas à altura da gravidade dessa emergência seguem raras. A ação climática, que deveria ser encarada como prioridade máxima, tem se transformado em um campo de promessas vagas e metas distantes, enquanto o planeta queima, literalmente.


Neste ano, o Brasil está atingindo recordes sombrios, com focos de incêndios presentes em todos os estados do país. Das 27 unidades da federação, 16 estados e o Distrito Federal estão enfrentando a pior estiagem registrada entre os meses de maio e agosto desde os anos 1980. Esses desastres climáticos estão se tornando cada vez mais intensos e frequentes, ameaçando vidas, meios de subsistência e ecossistemas inteiros. Ainda assim, a política pública que deveria estar direcionada a frear essa degradação ambiental muitas vezes se limita a discursos.


Acordos climáticos: necessários, mas insuficientes


As metas climáticas globais, como aquelas estabelecidas no Acordo de Paris, são fundamentais. Elas representam um esforço multilateral para limitar o aquecimento global a níveis toleráveis, com o objetivo de manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. No entanto, à medida que nos aproximamos das metas de 2030 e 2050, o cumprimento delas parece cada vez mais distante.


Líderes políticos ao redor do mundo frequentemente se escondem atrás de promessas de longo prazo, sem tomar as medidas radicais necessárias para garantir seu cumprimento

O que significa uma meta de 2050 quando estamos vivenciando a pior estiagem em décadas, hoje?


O problema é que essas promessas muitas vezes servem apenas como um adiamento da ação imediata, ao invés de um compromisso com soluções transformadoras. O cenário atual, com incêndios descontrolados, enchentes, secas e recordes de temperaturas, nos mostra que não estamos no caminho certo.


Cidadãos e Estado: uma negociação permanente


A ação climática precisa ser vista como uma negociação constante entre cidadão e Estado. Não podemos mais aceitar uma postura passiva, esperando que líderes globais ou governos locais resolvam a questão por nós. A pressão por mudanças deve partir da sociedade civil, que tem o poder de cobrar ações reais e tangíveis dos tomadores de decisão. O papel dos cidadãos nunca foi tão essencial, seja por meio de votos, manifestações ou, até mesmo, por escolhas individuais de consumo consciente.


Ao mesmo tempo, o Estado precisa deixar de lado as promessas vazias e as medidas paliativas. O ciclo de políticas de curto prazo, amarradas a interesses políticos imediatos, deve ser substituído por estratégias que priorizem a sustentabilidade a longo prazo. Já sabemos que o caminho atual não nos levará à mudança. Então, por que insistimos nele?


Precisamos de Coragem para Mudar


Se os eventos climáticos extremos que testemunhamos ano após ano já nos mostraram que continuar no mesmo caminho não é uma opção viável, a única alternativa é a transformação. E isso requer coragem política e social para repensar as bases do nosso modelo de desenvolvimento. Precisamos de governos que incentivem a transição energética, protejam nossas florestas, estimulem a economia circular e promovam uma agricultura regenerativa.


Precisamos de cidadãos que não aceitem menos do que isso


  • Voto Consciente: o voto é uma das ferramentas mais poderosas à disposição do cidadão.

  • Participar de Protestos Pacíficos: marchas ou campanhas de conscientização em prol do clima ajuda a amplificar a voz coletiva e tornar a crise climática uma prioridade nas agendas políticas.

  • Assinatura de Petições: assine e divulgue petições que demandem ações concretas de combate às mudanças climáticas ajudando a aumentar a pressão pública.

  • Participação em Consultas Públicas: participe dessas consultas, seja online ou em eventos locais, influenciando diretamente a formulação de novas normas.

  • Cobrança Direta aos Representantes: entre em contato diretamente com seus representantes políticos, seja por e-mail, telefone ou redes sociais, expressando sua preocupação com as mudanças climáticas.

  • Exigir Transparência e Responsabilidade: Muitos governos estabelecem metas climáticas, mas não apresentam planos concretos ou transparência nos resultados. O cidadão pode pressionar por mecanismos de prestação de contas.

  • Redução da Pegada de Carbono e Consumo Consciente: mudanças de estilo de vida, como reduzir o consumo de carne, optar por energias renováveis e diminuir o desperdício, podem parecer pequenas, mas enviam uma mensagem importante.

  • Educação e Conscientização: Quanto mais pessoas estiverem cientes da gravidade da crise climática, mais pressão será colocada nos governantes para agirem.


A ação climática é um dever coletivo, e quando os cidadãos exigem responsabilidade e transparência, os governantes têm maior dificuldade em ignorar o problema. Afinal, a mudança que o planeta precisa depende de todos nós.

 
The Climate Reality Project


Conheça o The Climate Reality Project Brasil, a filial brasileira do The Climate Reality Project, organização global criada pelo ex-vice-presidente e Nobel da Paz, Al Gore em 2006, com uma rede de mais de 20 mil voluntários pelo mundo, sendo quase 4 mil localizados no Brasil.

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