13 de out. de 20204 min de leitura

Precisamos falar sobre mudanças climáticas

Mudança climática é um tema que deveria estar em qualquer conversa, por mais corriqueira que fosse. Mas não está!

Dois anos atrás, uma matéria no The Guardian dizia que a mudança climática e o aquecimento global seriam uma conversa difícil evitar no Natal daquele ano e tentava nos ensinar 5 maneiras de falar com sua família e amigos sobre crise climática (e outras coisas) neste natal.

O artigo explicava que algumas maneiras de falar são melhores do que outras e dava as seguintes dicas:

Apenas os fatos nem sempre dá certo... pois os fatos existem há mais de 50 anos, mas o debate muitas vezes ignora a ciência. Histórias envolventes, cheias de emoção e baseadas em fatos - é assim que se fala sobre o aquecimento global.
Conte histórias - Segundo o psicólogo moral Jonathan Haidt: “A mente humana é um processador de histórias, não um processador lógico”.
Crie urgência - Faça suas conversas abordarem realidades imediatas e tangíveis e apresentarem soluções.
Evite refutações e concepções negacionistas - É contraproducente repetir afirmações falsas enquanto tenta refutá-las e acaba fortalecendo os argumentos do outro lado.
Se tudo o mais falhar, não seja violento - Crenças existem porque fortalecem ou são uteis às pessoas. Tente entender o que as motivam.

O artigo termina considerando que o principal é continuar tentando.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS AFETAM A TODOS NÓS

Pesquisa do Datafolha de 07/2019 diz que a maioria dos brasileiros acredita no aquecimento global e de forma geral, 89% já ouviram falar de aquecimento global.

Dentro da parcela que acredita que o planeta está ficando mais quente, 72% apontam que as atividades humanas contribuem muito para esse aquecimento, e para 18% contribuem um pouco. Há ainda 10% que avaliam que a ação do homem não contribui para aquecer o planeta.

Desde a Revolução Industrial que inclui a transição de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas e o progresso tecnológico e econômico, ganharam força o aumento médio da temperatura do planeta vem crescendo.

A Agência Espacial dos Estados Unidos (NASA) identificou em 2018 que a temperatura média do planeta foi a quarta mais alta em 140 anos e os esforços para a redução das emissões de gases do efeito estufa estão sendo considerados insuficientes por cientistas.

Histórico Temperatura Global - NASA (somente julho) - É conosco — FONTE: Mark Kauffman - site norte-americano Mashable.

Já em 2006 no documentário Uma Verdade Inconveniente (2006) o ex-vice-presidente americano Al Gore apresentava a advertência de que o aquecimento global é um perigo real e imediato e precisamos agir agora para salvar a Terra.

Trailer Uma Verdade Inconveniente (2006)

Em 2015 na 21ª Conferência das Partes (COP21) foi adotado o Acordo de Paris sobre Mudança Climática que rege medidas de redução de emissão de gases estufa a partir de 2020, a fim de conter o aquecimento global abaixo de 2 ºC.

Este vídeo no canal do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPEvideoseduc) explica por que devemos nos preocupar com as mudanças climáticas.

Mudanças Climáticas - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPEvideoseduc)

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, também chamados de ODS são uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que definiram os 17 temas humanitários que devem servir como prioridade nas políticas públicas internacionais até 2030.

O Objetivo 13 prega a ação contra a mudança global do clima e pressupõe que tomemos medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos

Apesar de pesquisas mostrem queda de até 6% nas emissões globais de C02 devido à pandemia do coronavírus, essa melhoria é temporária. A ONU, acredita que será necessária uma mudança profunda na forma como vivemos e contarmos com Cidades Inteligentes (Smart Cities) para a necessária transformação.

E para quem acha que sustentabilidade colide com desenvolvimento econômico, o conceito de Smart City virou base na discussão global sobre o desenvolvimento sustentável e movimenta um mercado global de soluções tecnológicas, que é estimado a chegar em US$ 408 bilhões ainda em 2020. FGV PROJETOS

No Brasil não estamos bem na foto e recentemente 29 fundos de investimentos internacionais que administram 4,1 trilhões de dólares em ativos, enviaram ao governo brasileiro uma carta demonstrando preocupação com políticas ambientais no país.

Nesta carta que foi encaminhada à diversas embaixadas, eles falam como instituições financeiras que veem o desmatamento e os seus impactos sobre a biodiversidade e as mudanças climáticas como riscos sistêmicos para suas carteiras de investimentos.

Para revertermos este quadro precisaremos:

Alterar radicalmente as fontes energéticas e o uso da terra
Desenvolver tecnologias para remoção de CO2 da atmosfera.
Transformar os sistemas produtivos nas cidades e indústrias
Modificar o estilo de vida das populações, reduzindo o consumo, o desperdício de alimentos e desenvolvendo transportes não poluentes.

Por fim, a USP lançou um guia 'verde' para retomada sustentável e pautada por ciência com 193 itens sobre as principais necessidades das cidades brasileiras.

SE VOCÊ SE PREOCUPA COM A AGENDA AMBIENTAL, VOCÊ PRECISA O SEU CANDIDATO SE PREOCUPE TAMBÉM

Suprapartidária a ideia é que esta agenda seja usada tanto por partidos e candidatos como pela população.

Desenvolvido pelo Centro de Síntese- Cidades Globais e pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), com base nos ODS 2030, articulando-se com uma retomada verde da economia brasileira após a pandemia de covid-19.