top of page
Âncora 2
Âncora 1

O Brasil que desperdiça e o Brasil que passa fome



Para celebrar 23 anos de existência, a ONG Banco de Alimentos produziu um filme que chama a atenção da sociedade brasileira para uma estarrecedora realidade: existe um Brasil que desperdiça 27 milhões de toneladas de comida por ano enquanto em outro Brasil, 117 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar.


Fundada pela economista Luciana Chinaglia Quintão, em 1998, a ONG Banco de Alimentos é uma associação civil que recolhe alimentos que já perderam valor de prateleira no comércio e indústria, mas ainda estão perfeitos para consumo, e os distribui onde são mais necessários.


Assista ao filme “DOIS Países” - 30 segundos.


Durante a pandemia a ONG Banco de Alimentos arrecadou mais de cinco toneladas de alimentos impactando 1.375.000 pessoas!


Luciana Quintão se considera uma desobediente civil por ter iniciado seu ativismo quebrando paradigmas para resgatar e entregar alimentos que seriam jogados no lixo, às entidades carentes que cuidavam de pessoas não economicamente ativas e em vulnerabilidade social.


Costuma refletir sobre o desperdício, dando-se conta, que este pode ser considerado uma desordem social, uma grande negligencia, onde pessoas empresas e governos consomem e produzem de forma a desperdiçar recursos que aniquilam pessoas e destroem o meio ambiente.


Os números e consequências do desperdício global, em diversos segmentos, é de tirar o folego e representa uma grande insanidade pública.


Acredita que seja necessário conhecermos, de fato, a realidade para mudarmos nosso estar e agir no mundo, para entendermos que ser responsável é uma atitude diária a ser abraçada por todos nós.


“Somos nós mesmos que fazemos a realidade à nossa volta. Há anos, combato a fome e o desperdício de alimentos em um clima de perseverança e atitude construtiva, alertando e educando sobre o papel de todos na construção da realidade que queremos ter.

A fome mata, mas a indiferença que a causa mata mais.”

Luciana C. Quintão

Economista - Fundadora e Presidente da ONG Banco de Alimentos.

O filme “Dois Países” é uma realização “pró bono” da Conteúdos Diversos, produtora audiovisual signatária da Rede Brasil do Pacto Global e responsável pela curadoria do projeto “É conosco”.


O produtor audiovisual Sérgio Lopes e sua mulher, sócia e produtora executiva, Sílvia Prado, conheceram Luciana Quintão em 2016, quando estabeleceram uma parceria de conteúdo para produzir o documentário Cultura do Desperdíciopor uma sociedade mais consciente – que também contou com direção de Paula Galacini, estreou na Virada Sustentável 2017 e foi licenciado pelos canais Globosat e TV Cultura.


O documentário tem como pano de fundo o desperdício de alimentos e aborda o consumo exagerado e descarte indevido, entrevistando pensadores, ativistas, economistas e especialistas de diversos segmentos com o objetivo de atingir a sociedade como um todo, promovendo uma mudança de padrão cultural e a promoção da cidadania consciente.


Assista ao documentário aqui.


Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável é a premissa do ODS 2, o segundo dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que definiram os 17 temas humanitários que devem servir como prioridade nas políticas públicas internacionais até 2030.


ODS 2 - Fome Zero - Portal É conosco

"O Futuro que Queremos"


Imagine um futuro em que seja possível acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano.

Um lugar onde será possível dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos produtores de alimentos, garantindo sistemas sustentáveis de produção e implementar práticas agrícolas resilientes, que aumentem a produtividade e a produção, mantendo os ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, às condições meteorológicas extremas, secas, inundações e outros desastres, e que melhorem progressivamente a qualidade da terra e do solo.


Ou ainda, um mundo que tenha investimento e cooperação internacional, em infraestrutura rural, pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para aumentar a capacidade de produção agrícola nos países em países menos desenvolvidos.


Este é o futuro sonhado pela Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, resultado de décadas de trabalho colaborativo entre a ONU e diversos países.


O futuro que queremos só será possível se todos nós, cidadãos, poder público e iniciativa privada, fizermos cada um a sua parte.


A Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) em pesquisa realizada em dezembro de 2020, indicava que mais de 116,8 milhões de pessoas (mais da metade da população brasileira) estão em situação de insegurança alimentar ou passando fome no Brasil, maior taxa desde 2004.


De lá para cá, estes números só cresceram e além de ser o maior índice em 17 anos, é quase o dobro do registrado em 2018, quando o IBGE identificou 10 milhões de brasileiros nessa condição.


Heróis da Alimentação – Não tirem as crianças da sala!


A educação das novas gerações é responsabilidade de todos. As crianças de hoje são o futuro e serão os governantes e líderes de amanhã. Por isso é fundamental que, desde cedo, aprendam a racionalizar o uso dos recursos e ter atitudes que contribuam para a preservação do meio ambiente para um mundo mais sustentável.

É preciso que se desenvolva a consciência de que os processos de produção de alimentos devem servir a todos e a exploração da natureza precisa observar o limites de sua utilização.

A educação para uma vida sustentável deve começar o quanto antes.

No dia da alimentação (16 de outubro) em 2020 a FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura - lançou o “Livro de Atividades - Heróis da alimentação” destinado a jovens interessados em aprender mais sobre a importância dos nossos sistemas alimentares, quem produz os nossos alimentos e de onde provêm.


Apesar de destinado à faixa etária dos 8 aos 12 anos de idade, traz os conceitos sobre a cadeia de produção agrícola para “crianças de todas as idades”.


(Crédito: FAO. 2020. Livro de Atividades - Heróis da Alimentação. Roma)

Na introdução, afirma que neste momento produzimos comida suficiente para alimentar o mundo, mas há mais de 2 bilhões de pessoas que não têm acesso regular a uma alimentação segura e nutritiva.


Otimista, apresenta possibilidades para mudar os nossos sistemas de alimentação de modo a garantirmos a produção sustentável de uma variedade de alimentos nutritivos, a sua acessibilidade em termos econômicos e a sua disponibilidade para todas as pessoas.


Veja também: Lúcio Vicente – Head de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos – Grupo Carrefour Brasil – fala sobre a inserção de produtos que não estão no padrão estético do mercado mas estão bom para consumo gerou no primeiro semestre de 2019 a comercialização de mais de 150 mil toneladas de produtos que seriam descartados.



 
ODS 2 - Fome Zero - Portal É conosco





 

FONTES:

ONG BANCO DE ALIMENTOS: https://bancodealimentos.org.br/

FAO 2020 - Livro de atividades - Heróis da alimentação. Roma: http://www.fao.org/documents/card/en/c/ca9845pt

Comments


bottom of page