Imagine um modelo econômico onde todo o ciclo de vida de bens e serviços, considere sempre a possibilidade de não produzir resíduos ou poluição, mantendo os produtos em uso e regenerando sistemas naturais.
Uma nova forma de pensar como nos relacionamos com o planeta e planejar um futuro mais sustentável, onde o bem-estar humano não dependa da extração de recursos da natureza que não sejam renováveis.
O resultado do modelo linear é poluição e contaminação com resíduos inutilizados
Os tradicionais sistemas lineares de produção e consumo, são baseados na prática de ‘extrair-produzir-descartar’, onde a cadeia produtiva extrai recursos, produz bens e descarta os rejeitos.
Esse sistema perverso para o planeta, ainda ganha força com os produtos desenvolvidos com “obsolescência planejada”, que é um tempo de vida curto, previsto para gerar a reposição, ou ainda os produtos “rapidamente inovados“, que são aqueles que ganham um novo modelo antes que seu tempo de vida útil termine, gerando o desejo de troca e estimulando o consumismo.
Novos modelos de negócios
A economia circular, incentiva o design que prevê a reutilização, recuperação ou reciclagem de materiais evitando o consumo crescente de novos recursos.
Em contraposição à expressão “do berço ao túmulo” que descreve o processo linear de produção, surgiu em 2002 o pensamento “do berço ao berço” , onde mais do que se pensar em gestão de resíduos, se pensa na eliminação de todo e qualquer resíduo ou contaminação.
O livro “Cradle to Cradle” (William McDonough e Michael Braungart - 2002), no Brasil recebeu o subtítulo de “Criar e reciclar ilimitadamente” (Ed. Gustavo Gilli - 2014).
A economia circular pressupõe um ecossistema fechado de materiais e energias renováveis, onde os resíduos são usados para gerar um novo produto.
Cada ator (empresa, pessoa, organismo) está conectado e as ações de um influenciam os outros.
O modelo circular contempla 2 ciclos:
Ciclo biológico - retornam ao sistema alimentos e materiais de base biológica, através de processos como compostagem e digestão anaeróbica, regenerando os sistemas vivos, que proporcionam recursos renováveis para a economia.
Ciclo técnico - recuperam e restauram produtos, componentes e materiais através de estratégias como reuso, reparo, remanufatura ou em última instância reciclagem.
O gráfico borboleta expande as possibilidades dos ciclos técnicos e biológicos para superar problemas ambientais e dissociar a prosperidade econômica do consumo crescente de recursos, resultando na extensão dos ciclos de vida dos produtos e maior produtividade dos sistemas.
A economia circular traz uma visão de futuro com abordagem prática e tem inspirado um movimento de transformação na nossa forma de produzir, consumir e habitar o planeta.
Para saber mais e se aprofundar no tema, É conosco recomenda a leitura do “Manual de Economia Circular para Cidades Ibero-Americanas”, parte do projeto: ‘Economia Circular como mecanismo inovador de implementação da Agenda 2030’ - criado com a intenção de inspirar e orientar a implementação de iniciativas e políticas públicas municipais a partir de princípios de economia circular, pode ser utilizado por gestores de qualquer cidade, mas traz informações relevantes para a compreensão do tema pelo cidadão comum.
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