- 3 de mai. de 2022
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Vai doer na consciência, vai doer no corpo, vai doer no bolso

Considerado pela Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA) como o mais significativo pacto ambiental desde o Acordo de Paris, assinado em 2015, a organização aprovou um acordo para criar o primeiro tratado global para combater a poluição causada pelo plástico.

O texto deve conceituar oficialmente o plástico como uma ameaça ao meio ambiente e o tratado deverá ser concluído até 2024.

A negociação do tratado vinculante, por um comitê intergovernamental, terá efeitos em empresas e economias de todo o mundo.

Alguns dos países mais afetados pelos impactos econômicos seriam os Estados Unidos, a Índia, a China e o Japão.

VAI AFETAR A SUA VIDA E VOCÊ VAI TER QUE SE ACOSTUMAR

Segundo estudo publicado na revista científica Science, a poluição global por resíduos plásticos está a caminho de um "ponto irreversível".

Resíduos são encontrados nos locais mais inóspitos da Terra, como desertos, picos de montanhas e profundezas dos oceanos, mas o problema do descarte indevido de plástico não se restringe a poluição nas praias e aterros sanitários que você vê.

VAI DOER NO CORPO

Para se ter uma ideia dos malefícios do plástico em nosso organismo, um estudo realizado por cientistas na Holanda, detectaram microplásticos no sangue de 80% das pessoas testadas.

As partículas se movimentam pelo corpo e se alojam em órgãos causando diversas doenças.

De acordo com a Revista Pesquisa Fapesp (2019) esses fragmentos de plásticos minúsculos já foram encontrados no ar que respiramos, ambientes terrestres, marinhos e reservas de água doce, água de torneira e engarrafada, sal marinho, mel, cerveja, frutos do mar e em peixes ingeridos pelo homem.

O artigo Microplastic Pollution in Deep-Sea Sediments From the Great Australian Bight de Barrett et al. (2020) mostrou que cerca de 15 milhões de toneladas de microplástico foram encontradas no fundo do mar. Em oceanos profundos, cada grão de areia do fundo marinho continha cerca de 14 partículas de microplástico.

VAI DOER NO BOLSO

Começa a ser usada pela sociedade civil a litigância climática, uma ferramenta que busca responsabilizar as empresas e os governos na agenda do clima ao acionar o Poder Judiciário, expondo a agenda ESG ao debate público.

Em 2021, pela primeira vez uma empresa foi obrigada a se alinhar ao Acordo de Paris em ação movida por um grupo ambiental contra a Shell. Um tribunal holandês ordenou que a empresa estabelecesse o corte de 45% das suas emissões de carbono até 2030.

Em 2020, seis jovens portugueses exigiram que o Tribunal Europeu dos Direitos do Humanos julgasse um processo contra 33 países pela falta de ações concretas para reduzirem as emissões de gases com efeitos estufa.

No Brasil já são 18 ações contra empresas ou entidades públicas por violações associadas às alterações climáticas.

O governo federal foi acionado na Justiça por ter paralisado, em 2019, o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima sendo obrigado a liberar mais de R$ 580 milhões em recursos.

A União também está sendo processada no Supremo Tribunal Federal (STF) por causa da suspensão do Fundo Amazônia.

O MEIO AMBIENTE LIMPO, SAUDÁVEL E SUSTENTÁVEL É UM DIREITO HUMANO FUNDAMENTAL

A questão dos direitos humanos ocupa um espaço importante porque a ONU reconheceu há poucos meses que o meio ambiente limpo, saudável e sustentável é um direito humano fundamental.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o reconhecimento do direito a um meio ambiente saudável em nível global apoiará os esforços para enfrentar as crises ambientais de forma mais coordenada, eficaz e não discriminatória.

Ajudará a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), fornecer maior proteção dos direitos e das pessoas que defendem o meio ambiente, e ajudar a criar um mundo onde as pessoas possam viver em harmonia com a natureza.