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Carbono azul é o carbono sequestrado, armazenado e liberado pelos ecossistemas costeiros e marinhos

Pesquisas apontam que entre os vários serviços ambientais gratuitos que os manguezais prestam à espécie humana, sua capacidade de estocar carbono de ecossistemas marinhos e costeiros, é de duas a quatro vezes maior do que um mesmo hectare de outro bioma qualquer — incluindo a floresta amazônica.


“Em contraste com o termo “carbono verde” associado às florestas e outros ecossistemas terrestres, surgiu a expressão “carbono azul” para denominar os principais sequestradores de carbono do mundo”.

Jacqueline Vieira – Bióloga e Sec. Exec.Instituto Terra & Mar



O mercado de carbono azul pode ter um imenso valor correspondendo a 10% das emissões globais anuais de gases de efeito estufa.


A Bióloga Jacqueline Vieira, conhecida como “Jacque” é secretária executiva do Instituto Terra & Mar (ITM), uma organização não-governamental, sem fins lucrativos que trabalha desde 2002 promovendo educação ambiental em diversas temáticas, mas principalmente focando os ambientes costeiros em São Sebastião, Litoral Norte de São Paulo. O ITM promove a preservação dos recursos naturais, a recuperação de áreas degradadas, a divulgação da Agenda 21 e o desenvolvimento sustentável através de projetos técnico-científicos e ações de educação ambiental.


Ser biólogo não é um trabalho, é um modo de vida


Aprender mais sobre os manguezais é sem dúvida é uma das tarefas que “Jacque” mais gosta, principalmente quando tem textos da matriarca dos manguezais, Yara Novelli.

Manguezal da Enseada e do Canto do Mar, São Sebastião/SP – Acervo: PM, 2021

O ITM é responsável pelo Projeto Manguezal (PM), que realiza ações socioeducativas desde 2007. O instituto busca sensibilizar a população do entorno do Manguezal da Enseada e do Canto do Mar, São Sebastião/SP, mostrando a importância deste ecossistema para a manutenção dos estoques pesqueiros, para os serviços ecossistêmicos e consequentemente para a qualidade de vida dos moradores.


Educação ambiental é o caminho para se conservar esse ecossistema tão ameaçado


Entre as diversas atividades do instituto, estão a coleta de resíduos sólidos, a realização de visitas educacionais, a observação da área enquanto um “laboratório natural” e a promoção de debates com a comunidade local. Também atuam no sentido de criar parcerias visando identificar as principais causas da poluição marinha por resíduos sólidos, entre outras.

E vão além, pensando e discutindo políticas públicas, para a conservação destes ecossistemas junto a redes nacionais e do litoral.


“Ações Manguear” com coleta de resíduos e bate-papos com a comunidade – Acervo: PM,2022.

Em 2021, o Projeto Manguezal foi matéria no portal É conosco, quando mostramos o trabalho do ITM e de seus parceiro Psicoletores, tratando da importância das áreas de manguezal, e da necessidade da criação de unidades de conservação (UC) e áreas de preservação permanente (APP). O Instituto em conjunto com outros parceiros e técnicos, elaborou um diagnóstico que retrata bem a riqueza ecológica do local.


Veja entrevista com Jacqueline e Fábio “Fula” gravada em 2021 no Manguezal

Os criadores deste diagnóstico acreditam que para garantir a conservação da área é necessária a criação de uma unidade de conservação. Para que a população possa contribuir e ajudar, foi criado uma petição online e, neste momento, o projeto aguarda a manifestação da Prefeitura de São Sebastião/SP.


Foto: Guilherme Rodrigues – Área do Manguezal da Enseada e do Canto do Mar

O Projeto Manguezal surge de uma urgência, pois se nada for feito aos poucos esse paraíso pode desaparecer, uma vez que a cada dia se observam mais invasões, especulação imobiliária, desmatamentos e espécies invasoras dominando a vegetação.

A comunidade do “entorno” se uniu ao ITM e a outras iniciativas, e, há 15 anos tenta cuidar da área que pertence à União, mas, bizarramente “tem dono”...

Mais que sonhadores, os membros do Projeto Manguezal acreditam que a educação pode transformar o mundo, e buscam sensibilizar as pessoas, pois elas sim, mudam o mundo!

 

Sua luta se tornou missão de profissão e pessoal


Jacqueline nos contou que se tornou ativista aos 16 anos através de suas professoras Roseli Marchione, Roseli Andriolo e Zenira Salim, que lhe ensinaram o respeito ao meio ambiente e a levaram para conhecer o manguezal de uma forma bem diferente de quando, ainda pequena, sua mãe a levava com sua irmã para brincar por lá.

Desde então, sempre esteve nos espaços de decisão, dedicando boa parte de sua vida a conservar aquele paraíso.

 




 

FONTES:


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