É CONOSCO quer se conectar com pessoas que buscam fazer a diferença em sua passagem pelo planeta e foi conversar com Sophia Nabuco, uma ativista da paz e criadora do Projeto Perdão à Terra que promove intervenções silenciosas a favor da Regeneração Planetária.
QUEM É SOPHIA NABUCO (Por ela mesma)?
Uma menina.
Não no sentido mais amplo da palavra, como uma pessoa pequena do sexo feminino, mas como alguém que busca ser amante da vida.
Gosto de sempre olhar pros meus dias com olhares (quase) infantis. Aquele olhar que está sempre buscando algo novo e que não sabe o tamanho que tem, por isso sempre faz o imaginável.
Sou movida intimamente pela natureza mais sutil que me habita, amo o canto dos pássaros e o sol. Nasci no dia 05 de setembro, coincidentemente também no dia da Amazônia.
Tenho uma relação gostosa com minha família e estou sempre por perto.
Pensando em algumas das minhas características principais, sou uma menina bastante animada, amorosa e agitada.
Em 2014 me formei em Rádio e TV, pela FAAP. E até chegar aqui em 2022, escolho para considerar em minha formação com ser, o curso de Escrita Intuitiva, o curso de Agrofloresta e o tempo com Maiara Fidalgo, que me ensinou o comer intuitivo.
O QUE FAZ (Para ganhar a vida)?
Meus dias são dedicados a Kiron minha agência de comunicação fundada em 2016.
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Através dela – eu e minha equipe – cuidamos da comunicação de pequenas e médias empresas.
“Auxiliamos pessoas a descobrirem o propósito de seus negócios, a dar vida e nome a seus projetos e principalmente, a encontrar caminhos para divulgarem para toda uma rede o que fazem e o que oferecem”.
Pela Kiron tenho portas abertas para desenvolver minha equipe e para nutrir uma comunidade de um trabalho honesto, atencioso e amoroso.
COMO SURGIU O ATIVISMO EM SUA VIDA?
Acredito que o ativismo não surge em algum momento específico da sua vida, ele nasce com você, mas passa um tempo adormecido.
“Sempre sofri profundamente com as ações de desmatamento, morte de animais, degradação planetária, e nunca me senti verdadeiramente em paz com meu papel nesse mundo”.
Sempre esperei o momento que teria minha terra própria e seria uma nova Sebastião Salgado, mas pensando melhor achei que esse tempo poderia demorar demais ou nunca existir.
Além disso, minha família – como sempre – serviu como um grande exemplo nesse despertar.
Meu pai é um grande transformador de pessoas, minha mãe, também paisagista, silenciosamente plantou árvores a vida inteira, e minha irmã que sempre me apresentou projetos sustentáveis, cidades em transição, pessoas inspiradoras e que é a influência da minha vida.
Inspirada por eles, por Sebastião Salgado, Greta Thunberg e Satish Kumar soube que minha hora tinha chegado.
O QUE É O PROJETO PERDÃO À TERRA?
O perdão a terra surgiu no momento em que eu estava lendo ‘Simplicidade Elegante’ de Satish Kumar.
O livro é um bálsamo e ao longo de toda a sua narrativa nos tira do conforto em relação ao nosso papel do mundo.
Cada palavra e ação de Satish foi me mostrando que era possível.
“Foi aí que decidi: a cada 15 dias faria alguma ação a favor do Planeta Terra. Fosse ela qual fosse”.
Se ele poderia ir caminhando até a Índia, América do Sul, América do Norte, Moscou, Londres e Paris com um pacote de chá pedindo para grandes líderes desistirem do desarmamento nuclear, eu também posso.
COM FUNCIONA O PERDÃO À TERRA?
Todas as ideias surgem bem espontaneamente em mim, e a partir daí estou pronta para realizá-las. Confesso que sem nem arquitetar muito.
15 dias é pouco tempo entre uma ação e outra, então preciso estar sempre pensando no que é possível ser feito e o que tenho a disposição para realizá-las.
As vezes consigo organizar um mutirão de plantio com 10 pessoas, as vezes vou sozinha.
Depois de quase um ano de projeto, sinto que já estou escolhendo ações mais estruturadas e conseguindo motivar mais pessoas para estarem ao meu lado.
O mais gostoso é que sempre flui naturalmente, e as ideias e pessoas estão sempre ali a disposição para fazer tudo acontecer.
O que me guia é o meu coração e todas as forças invisíveis da natureza que me dão um belo empurrãozinho.
COMO ENGAJAR PARCEIROS NAS ATIVIDADES?
Essa parte não é nem um pouco difícil. As pessoas estão loucas para ajudar e mudar o mundo, só não veem oportunidades para isso.
Quando alguém abre essa porta e mostra que é bem simples, não faltam pessoas para auxiliar.
Hoje tenho uma rede de pessoas prontas para os atos.
COMO VOCÊ DEFINE AS PRIORIDADES OU AÇÕES DO PERDÃO À TERRA?
Não defino. Os atos nascem espontaneamente.
Tento fazer desse projeto um caminho descomplicado e simples, para que ele realmente aconteça de uma forma ou de outra.
Se nada der certo, eu mesma vou plantar sozinha, e entender que é um pequeno passo por dia.
COMO VOCÊ CONSCILIA SUA ATIVIDADE PROFISSIONAL COM SEU ATIVISMO?
Eu sou uma pessoa que respeita muito meus horários de trabalho versus meus horários livres.
Raramente uma coisa invade a outra. Então escolho meus horários livre como começo de manhã, fim do dia e finais de semana para me dedicar ao projeto.
A partir do momento que coloquei esse projeto como forma de mudar o mundo, eu nunca deixo que os dias fluam sem eu me dedicar a terra.
O FOCO DE SEU PROJETO É PLANTAR ÁRVORES?
Não, mas o reflorestamento é uma das ações mais possíveis de serem feitas. Eu já tenho um perfurador de solo, árvores e terra sempre à disposição. E confesso que tenho uma paixão especial pelas árvores.
Mas sempre que consigo ter ideias criativas, vou com elas.
No meu Instagram (@perdao.a.terra) você pode ver como as ações são bem diversas.
Você conhece a ambientalista queniana Wangari Maathai?
Claro que sim :) O livro dela está em minha cabeceira.
NA SUA VISÃO, PORQUE AS PESSOAS (EM GERAL) NÃO SE ENGAJAM NAS QUESTÕES DA SUSTENTABILIDADE?
Conforto.
Dá trabalho, né? Virar a chavinha para uma vida sustentável.
Eu acho muito mais fácil jogar o plástico em qualquer lixo, descansar nos finais de semana, comprar a melhor escova de dente, separar cada compra em uma sacolinha plástica diferente, agachar para pegar um lixo.
Além de sermos pouco incentivados a uma vida mais sustentável, todo o conforto está sempre nas nossas mãos, então vamos na onda porque já temos coisas demais para pensar.
Fora que plantar uma árvore é uma ação quase impossível, né?
Sei lá... acho que estamos bastante hipnotizados e acreditamos que pequenos atos são pouco para mudar o mundo, que fazer algo por esse planeta é responsabilidade apenas dos líderes, e aí sentamos e esperamos o dia chegar.
Quais as maiores dificuldades que você tem encontrado para realizar o PERDÃO À TERRA?
Cuidado.
Quando uma árvore é plantada, ela é jogada a sorte da vida. Eu rezo para voltar lá e ver que ninguém pisou, cortou, jogou lixo em cima.
É um cenário hostil para pequenas árvores e poucas pessoas entendem o valor do que foi plantado ali e me ajudam a regar e preservar.
Eu lido com essas grandes frustrações, mas sei que se 1 das 25 árvores plantadas vingar, já consegui o que eu queria.
Quais os planos para o futuro do projeto?
Continuar fazendo ele acontecer.
Quando mais tempo passa, mas me sinto capaz e amparada, e mais pessoas inspiradas estão ao meu lado.
“Nunca duvide de um pequeno grupo que se dispõe a mudar o mundo”
ODS15 – Vida terrestre tem como foco proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.
FONTES:
WIKIPEDIA: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ativismo
CONHEÇA: https://www.kironcomunicacao.com/